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Parece que foi ontem.
É como tento enganar o meu coração para não sufocar de tanta saudade que sinto de você. Dói-me mais ainda por que sei que não foi ontem, mais já faz quatorze anos que você partiu, e todo esse tempo eu ainda recordo com alegria cada momento vivido ao seu lado.
Lembro com muita clareza do seu sorriso e a forma como você usava seu lindo cabelo negro e cacheado por cima do ombro, deixando uma mexa deslizar sobre seus olhos.
Dizia você: É para parecer igual o seu meu lindo, quando faz às duas mechas parece às pressas de um vampiro puxando uma de cada lado por cima dos olhos.
Foram contáveis coisas que vivemos, mais, poderia ter sido incontáveis coisas que poderíamos ter vivido juntos. Enfim, minha deusa grega, recordar você é como está diante do mar, o som das ondas findas na areia da praia faz lembrar cada palavra sua que acalmava meu coração.
Observar as estrelas nas noites de luar recorda-me a noite do seu primeiro aniversário para o qual não fui convidado e ainda assim, mesmo sem ser por você convidado, fui a pedido de um amigo que era seu amigo também.
Ouvir os pássaros cantados é sem duvida algo que jamais esqueço, pois ao lado da sua casa tinha aquela árvore onde eles todas as tardes encantavam nosso momento com seus belos cantos. Porque eu digo isso? Por que tudo isso fazíamos juntos.
Nunca fomos ao mar, mais nos imaginávamos correndo em suas brancas areias, cada noite de céu estrelado parecíamos dois astrônomos, era tanto amor que diferenciávamos suas grandezas e víamos suas diferentes cores, a ONU devia-nos da um prêmio por tanto admira-las, dizíamos um para o outro.
Hoje, estamos longe e tudo que posso imaginar é que você esteja feliz e que ainda seja a mesma pessoa meiga e carinhosa que você sempre foi.
Pode passar o tempo que passar e quantos mares às ondas bravas a terra molhar, que todas as constelações de estrelas se juntem ou separem-se, que os pássaros cantem eternamente ou cantem uma única musica...
Eu ainda te verei...
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